Eliane Sinhasique
Mesmo contra a minha vontade, o
projeto de lei Nº 18 foi aprovado, na Câmara Municipal, em seu inteiro teor,
apesar de minhas argumentações com a equipe do prefeito de que a redução da passagem
de ônibus para os estudantes era uma coisa e o benefício do parcelamento da
dívida milionária das empresas do setor com a prefeitura era outra totalmente
diferente. Era uma pegadinha!
Votar contra a lei era votar
contra a classe estudantil. Mas, ao mesmo tempo, era votar favorável a um
benefício para as empresas e elas faturam muito e faturam alto e não teriam
motivos para não recolherem os impostos e encargos trabalhistas nos últimos
quatro anos.
Eu fiz a indicação da redução da
passagem para o estudante no dia três de março. Como votar contra a minha
própria indicação? Votei com restrições porque colocaram na mesma lei o
benefício para as empresas.
O prefeito Marcus Alexandre,
diga-se de passagem, não tem culpa se a última administração do seu partido
permitiu esse acúmulo de débitos. Mas também não pode estender por dez anos o
prazo para o pagamento, como se isso fosse a coisa mais normal e natural.
Lembrando que o término dessa concessão será em 2014. E aí? Se não pagaram até
agora, depois que perderem a concessão, vão continuar pagando o que devem???
Quando me debrucei sobre a
questão do transporte público coletivo de Rio Branco não imaginei a proporção
que essa investigação informal iria tomar.
Vamos abrir a caixa preta e
chamar à responsabilidade os empresários que se locupletaram de uma concessão
pública para encher os bolsos prejudicando toda a população usuária do
transporte.
O esquema é grande. Envolve até
compra de veículos roubados em outros estados e assassinato para queima de
arquivo de “laranjas” das operações.
Se essa confusão toda não começou
na administração do ex-prefeito Raimundo Angelim, então vamos abrir a caixa
preta! Vamos dar nomes aos que iniciaram esse esquema de falência, compra e
venda de empresas para a não liquidação de débitos. Ficar dizendo que o
malfeito vem desde a administração do PMDB não basta. Cadê as provas? Aliás, é
bom lembrar que quem fez a integração no Terminal Urbano para que o povo
pudesse pegar dois ônibus pagando apenas uma passagem foi o prefeito Mauri
Sérgio, do PMDB.
O que não podemos é tratar esse
assunto como se fosse um tabu, como complicado demais, como perigoso demais.
Não podemos permitir que o malfeito caminhe a passos largos enquanto nossa
população é super mal servida pelo transporte público coletivo.
Eu fiz a minha parte. Agora está
nas mãos do Ministério Público Estadual e que Deus me proteja!
esinhasique@gmail.com