Não quero magoar, não quero machucar
ninguém com minhas palavras e minhas ideias.
Penso que verbalizar críticas
construtivas, dar sugestões, faz parte do nosso convício, do nosso cotidiano, faz
parte da democracia.
Todos gostam de dar “pitaco” na vida
alheia, nas histórias de novelas, no trabalho do outro, até porque, acreditamos
que quem está de fora vê melhor o que está acontecendo e acreditamos, também,
que é possível se fazer determinadas coisas, de formas diferentes, com melhores
resultados.
Dizem que em briga de marido e mulher
ninguém deve meter a colher. Mesmo assim
me meterei e direi que a violência doméstica, a violência contra a mulher,
precisa e deve ser evitada.
Notem bem. Evitada! Combater a
violência é uma coisa. Evitá-la é outra bem diferente.
Enquanto os organismos governamentais
se ocuparem apenas em tratar e punir o companheiro/marido agressor, nós vamos
continuar enxugando gelo. Enquanto a Lei Maria da Penha desagrega a família,
com punições severas para os agressores, a Secretaria das Mulheres, dos
Direitos Humanos, nada fazem na prevenção para que a violência não aconteça. É
preciso punir e tratar o agressor mas, é preciso também evitar que essa
agressão aconteça!
É preciso educação!
É preciso ensinar aos homens que as
mulheres têm um corpo, uma cabeça, um funcionamento diferente do corpo e da
cabeça dos homens.
Enquanto os homens não souberem o que
é progesterona (o hormônio feminino) e como ele age, vai continuar sem
“entender” as mulheres. Vão continuar achando que somos complicadas.
É preciso dizer para eles que o
tesão, o sexo, é diferente para nós mulheres. É preciso ensinar o que é um
climatério, o que é ovulação, o que é TPM, o que são cólicas, o que é
menstruação, o que é menopausa e seus sintomas. É preciso ensinar quais são os
ponto, no corpo feminino, que despertam o desejo sexual afinal, somos
diferentes!
Observo que a violência contra a mulher
é a última gota da ignorância que dura por anos numa relação entre homens e
mulheres.
Quando o soco no rosto é desferido é
porque a falta de compreensão, de conhecimento sobre a parceira chegou ao
limite.
Acredito que as instituições precisam
agir antes dessa última gota transbordar o copo da discórdia, da ignorância, da
falta de conhecimento.
Colocar na cadeia um pai de família
não irá resolver a violência contra a mulher. Muitas e muitas mulheres não
querem ver o pai de seus filhos atrás das grades por isso.
Para os homens que já chegaram nesse
estágio, o remédio e reeducação e terapia de casal.
Para que os outros homens não cometam
esse tipo de crime é preciso ensiná-los a tratar e compreender suas mulheres na
mesma proporção em que é preciso ensinar a mulher a trabalhar a sua alta estima
e a difícil arte de conviver em harmonia com seu parceiro.
Não precisamos de leis que
desagreguem as famílias. Precisamos de ações que possibilitem a convivência
pacífica entre os casais.