quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Iluminação Natalina

Não me canso de relatar a indignação do povo do Acre com o aumento de 11,72% nas contas de luz de baixa tensão e de 14,34% para as unidades consumidoras de alta tensão.

Esse aumento, foi concedido e já está valendo desde o dia 30 de novembro, pela Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, essa mesma agência que permitiu que as distribuidoras embolsassem mais de 12 bilhões de reais do povo brasileiro, com cobranças de forma irregular (constatadas pelo Tribunal de Contas da União - TCU) nas contas de luz.

É inadmissível que uma agência reguladora como a Aneel só consiga “regular” para o lado das distribuidoras!

O povo não agüenta pagar uma conta tão alta!

Como estados pobres como o Acre poderão se desenvolver com as altas tarifas de energia??? No Amapá, por exemplo, o aumento foi de 47,92%!

Vejo uma luz no fim do túnel. O governo federal deve agir estimulando ou impondo aos Estados a redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas contas de luz.

O governo precisa concluir o levantamento que mostra as discrepâncias do ICMS cobrado pelos estados brasileiros. Essa tributação muda muito de um Estado para outro. Rondônia, por exemplo, cobra no máximo 17% de seus consumidores residenciais. Já Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio de Janeiro aplicam uma taxação de 30% e, no Acre, esse imposto chega a 33,33% porque o ICMS compõe a própria base de cálculo, é “por dentro”, o que eleva ainda mais a nossa alíquota.

A conta é salgada minha gente!

Todos sabem que uma medida dessas tem que partir do executivo. E eu espero, sinceramente, que o governador Tião Viana, tome a iniciativa que outros estados também devem tomar para não inviabilizar os estados mais pobres do Brasil.

Ou então, essa decisão terá que partir de Brasília.

Uma determinação do Governo Federal será necessária para que os estados abram mão de parte do ICMS nas contas de luz para viabilizar a economia dos estados, para viabilizar os pequenos negócios, para que as pessoas não comprometam a maior parte dos seus salários com a conta da luz.

O governo federal abre mão do IPI e reduz os impostos nos eletrodomésticos, estimula a compra da geladeira, do micro ondas, da máquina de lavar e ao mesmo tempo permite reajustes nas tarifas de energia em percentuais muitíssimos acima da inflação!

Reduzir o ICMS da conta da luz, devolver ao bolso do consumidor o que lhe foi tomado pelas distribuidoras e agir, rigorosamente, no sentido de se fazer uma cobrança honesta nas contas de luz do povo, são medidas que precisam urgentemente ser adotadas porque, se não, a energia elétrica será um "artigo de luxo" que somente quem ganha bons salários poderá fazer uso!

Acredito que o espírito de Natal vai iluminar o bom senso dos nossos governantes.

Eliane Sinhasique é jornalista, radialista e publicitária


domingo, 11 de dezembro de 2011

Esse texto faz parte do meu livro Confidências Radiofônicas de Um Povo Sem Voz . Foi escrito há muito tempo (só atualize a quantidade de anos).

PARABÉNS PRA MIM

Hoje, doze de dezembro, eu poderia relatar a história de qualquer pessoa neste espaço mas, decidi contar um aniversário marcante para mim. Há exatos 27 anos eu fazia 15. Foi inesquecível. Não me esqueço daquela festa. Todos os anos, na mesma data, eu me recordo da minha festa de 15 anos. Recordo hoje com bom humor. Mas, aquele dia, foi de lascar.

Foi horrível! Não ganhei uma festa de debutante tradicional. Até porque eu queria mesmo era viajar. Dar a volta ao mundo em 80 dias, como Júlio Verne. Festa, para mim, seria ir para qualquer cidade descrita nos romances de Sidney Sheldon. Não ganhei a viagem e nem a festa tradicional.

Meu aniversário foi maravilhoso. Para os convidados. Para mim, trabalhoso. Se não bastasse ter sido trabalhoso, também, foi demorado. Durou três dias. Os convidados, dos meus pais, chegaram na sexta e só foram embora no domingo à noite. Teve gente que só saiu na segunda pela manhã.

Imagine um monte de gente hospedada na sua casa e você tendo que se desdobrar para fazer comida, bolos e doces para todo mundo por três dias! Ainda bem que nossa casa, lá no ramal Novo Horizonte no Projeto Pedro Peixoto, era grande. Colchões e redes não faltavam. Nem comida, nem bebida.

Matamos várias galinhas, patos e porcos. Era galinha cozida, assada, guisada, sarapatel, molho pardo, bolos, doce de leite, doce de abóbora, doce de casca de melancia, cervejas, vinhos, sucos, cachaça no abacaxi. Uma loucura. Panelas sujas, fogão e forno à lenha, carvão até por dentro dos olhos. Quase não consegui sair da beira do jirau para colocar meu vestido novo branco.

O vestido era bonito mas, minha mãe cismou que eu teria que colocar um enfeite branco nos cabelos. Na realidade era uma grinalda improvisada. Feia. Brega demais para o meu gosto. Infelizmente eu não me “governava” e tive que aparecer com a grinalda na cabeça e os olhos cheios de lágrimas. Estava arrasada. Me sentia ridícula com aquele negócio me coroando.

Tudo bem. O melhor estava por vir. Meu pai havia me prometido uma moto de aniversário e eu estava ansiosa. Pensei que ele estivesse me preparando uma surpresa pois, até aquele momento, não havia sinal da moto. Não quis falar da moto na frente das pessoas e cochichei no ouvido do meu pai: “E a minha moto?”.

Muito gentil, meu pai saiu me levando para o quintal e olhando para o céu, onde uma linda lua cheia se desenhava, me falou, respirando fundo, que não tinha comprado a bendita moto. Comprou um aparelho de som Gradiente 3 em 1. Argumentou que não era falta de dinheiro, era medo de que eu me machucasse. Minha mãe havia dito que se ele me desse uma moto, ele estaria me dando a morte. Ele acabou com um sonho que ele próprio sustentava desde que eu tinha 12 anos!

Nada do que eu imaginava aconteceu na minha festa de 15 anos.

Ainda bem.

Se eu tivesse usado um vestido escolhido por mim, sem grinalda, viajado ou ganhado a moto, talvez não tivesse prometido a mim mesma e à lua, naquela noite, que viajaria o mundo por conta própria, teria a moto e o carro que quisesse e, em minhas festas, receberia apenas os amigos que EU fizesse.

Ainda bem que já cumpri a minha promessa.

Parabéns pra mim!

Eliane Sinhasique

Jornalista/Radialista

O Psicopata

Primeiro ele chega como quem não quer nada. É simpático.

Parece uma pessoa inofensiva. Depois ele vai se aproximando como se fizesse parte do seu convívio cotidiano. Age como se fosse seu amigo há anos.

Na seqüência começa a ser invasivo, liga pro seu telefone de madrugada, atrapalha seu sono e começa a dizer que não pára de pensar em você. Diante de uma bronca, se comporta como uma vítima, mais um ouvinte que te adora e que só quer ser seu amigo e que você é uma pessoa grossa por ter dado um “chega pra lá”.

Foi dessa forma que um psicopata se aproximou de mim.

Entrou na Rádio Gazeta FM 93,3 como qualquer um outro ouvinte que vai conhecer o estúdio e os locutores. Coisa que acontece todos os dias. Depois começou a “dar uma passada”, só pra dar um oi. Depois começou a atrapalhar meu trabalho com tanta insistência para ficar conversando enquanto eu estava no ar, trabalhando, e ele querendo saber das novidades.

Pegou meu número de telefone celular com a minha secretária. Meu número não é nenhum mistério. Vários ouvintes o tem e são eles as minhas fontes de informações pelos bairros de Rio Branco.

Só que o psicopata pensou que poderia ser “algo mais” para mim. Foi aí que eu senti que não estava lidando com um ser humano normal. Tenho os recados gravados na minha secretária eletrônica que comprovam “as intenções” do rapaz (gravações que já estão com a polícia). O cara fala abertamente que quer me tocar, (pasmem!) quer ter uma filha comigo. É um assédio sexual nojento, asqueroso e descabido.

O termo “psicopata” é popular, embora na maioria das vezes seja usado para denominar um assassino inescrupuloso. Não é. Eles são capazes de atormentar as pessoas e se saírem de vítimas. Normalmente usam o nome de outras pessoas para se beneficiarem ou se safarem dos delitos que cometem.

A psicopatia, descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey Cleckley, do Medical College da Geórgia, consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Encantadoras à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente.

No entanto, costumam ser egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Freqüentemente adotam comportamentos irresponsáveis e adoram se divertir com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Sempre têm desculpas para seus mal feitos e em geral culpam outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear seus impulsos.

É aí aonde mora o perigo: frear os impulsos! Psicopatas podem não ter limites!

Eu já tomei as providências policiais necessárias. Sei agora que se trata de um ex-presidiário, usuário de drogas com várias passagens pela polícia.

Infelizmente não posso processá-lo por crime de assédio sexual porque ele não é meu patrão e esse crime só é reconhecido quando há algum vínculo empregatício envolvendo as partes.

Confio na polícia. Mas não confio nas penalidades da lei que, na maioria dos casos, são brandas.

Também não confio em psicopatas.

Espero sinceramente que todas as medidas tomadas sejam suficientes para frear essa criatura dissimulada e invasiva. Caso contrário, remédio de doido é doido e meio.

Eliane Sinhasique é jornalista, radialista e publicitária

esinhasique@gmail.com

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

É a vez do governador!



            Com o aumento concedido pela Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, nas tarifas dos consumidores acreanos, válido desde 30de novembro de 2011, a luta não pode parar.
A indignação do povo com as quedas de luz e com os apagões constantes, só aumenta e nos últimos dias não se fala em outra coisa. A revolta é geral!
Mas esse último aumento da tarifa de luz serviu para uma coisa: agilizar o encaminhamento do anteprojeto de redução do ICMS nas contas de luz para o executivo.
Finalmente o anteprojeto saiu da Assembléia legislativa.
            O deputado Chagas Romão, do PMDB, conseguiu desenrolar a reivindicação que é de todos os acreanos que consomem energia.
            O Movimento Popular Menos Impostos, Mais Energia, foi até onde poderia ir. Colhemos as assinaturas, colocamos, pela primeira vez no Acre, a Comissão de Legislação Participativa para funcionar, cavamos a audiência pública e encontramos eco para a nossa reivindicação.
            Agora não tem mais volta.
            O documento foi para o governador e ele terá 30 dias para dar uma resposta para o povo acreano.
            Com mais esse aumento, de 14,72% nas contas de luz de baixa tensão e de 14,34% para as unidades consumidoras de alta tensão, é necessário encontrar uma saída para que os acreanos não sofram ainda mais com a conta de energia.
            Acredito que este é um bom momento para o governador rever as alíquotas de ICMS nas contas de luz. Acredito que é um bom momento para se repensar a forma de cálculo desse imposto nas nossas contas. Acredito que o próprio governador não esteja satisfeito com os serviços de distribuição de energia no nosso estado.
            Agora é a vez do governador analisar essa reivindicação e tomar a melhor decisão para o Acre e para os acreanos.
            A questão energética é um desgaste que pode ser evitado com uma decisão que contemple toda a população. Agora é com o senhor, governador!

Eliane Sinhasique é jornalista, radialista e publicitária
esinhasique@gmail.com