segunda-feira, 18 de março de 2013

Cidade do Povo (DIREITO DE RESPOSTA)

Artigo publicado no Jornal "O Rio Branco", edição de domingo (17).

Eliane Sinhasique

“Para o triunfo do mal basta que os bons cruzem os braços”.
Edmund Burke

Recorro ao bom senso do titular desta coluna e à Lei de Imprensa (Lei 5.250/67) para ocupar este espaço, do “Artigo do Narciso”, para dizer que ignorante é a pessoa que teima em acreditar que tudo que é feito para o povo tem que ser uma porcaria.
Ignorante é um ser humano que não tem conhecimento, sabedoria ou instrução sobre um determinado assunto e cada um de nós sofremos de “ignorâncias”,pois não sabemos tudo e nem teríamos condições para isso. Somos humanos e não temos condições de dominar todos os saberes.
Eu posso ser uma ignorante em engenharia, mas o senhor Narciso Mendes, por não conhecer a periferia de Rio Branco, é um ignorante em cidadania.
Nunca fui e nunca serei contra construções de habitações para as pessoas de baixa renda. Sou contra habitações feitas de qualquer jeito, por cima de charcos e áreas alagadiças, que ao invés de melhorar a vida das pessoas as colocam numa situação mais miserável.
O senhor Narciso Mendes foi veemente em dizer que sou contra a Cidade do Povo, que sou contra a construção de 10 mil casas, que sou contra a geração de emprego. Tudo mentira. Ele nunca ouviu isso de minha boca. Nem ele e nem ninguém.
Sou a favor de construções de moradias dignas, em locais adequados!
Sou contra moradias construídas em terrenos localizados em charcos, abaixo dos níveis dos pequenos igarapés. Sou contra moradias cheias de infiltrações, insalubres, que pioram a saúde das pessoas. Sou contra conjuntos habitacionais com ruas que não agüentam o peso do ônibus e do caminhão do lixo. Sou contra casas mal feitas, que se racham, com estruturas de telhados apodrecidos, com contra pisos mal compactados, que afundam e se abrem em crateras. Sou contra conjuntos habitacionais em que os esgotos esparramados, fétidos, pelo meio das ruas contaminam a água potável que passa por canos furados e chegam até as torneiras.
Esses conjuntos habitacionais já existem (há bem pouco tempo entregues) e estão aí para quem quiser ver. Rosa Linda I, II e II, Carandá e Cabreúva são exemplos de moradias feitas de qualquer forma, de qualquer jeito, sem respeitar a dignidade humana. Pensam que, para pobre, qualquer coisa serve. Não é assim! Não vou dizer quem são os responsáveis por essas obras mal feitas. Isso cabe ao Ministério Público Federal que já acatou nossa denúncia.
Se existem pessoas contrárias ao projeto Cidade do Povo, essas pessoas são as mais qualificadas para isso. São técnicos, engenheiros e promotores do Ministério Público Estadual que estudaram, analisaram, investigaram e concluíram que o local para a execução de tão importante projeto para o povo de Rio Branco não é o mais adequado.
Não foi a Eliane Sinhasique quem moveu duas ações penais, duas ações civis e uma ação por improbidade administrativa contra o governo do Estado. Foi o MPE. Está tudo nas mãos da Justiça. E, por serem contrários ao local de construção da Cidade do Povo, quatro promotores do Acre foram denunciados no Conselho Nacional de Promotores Públicos.
Temos terras em locais mais altos na cidade, com condições geográficas muito melhores para se construir 10 mil habitações, reduzir o déficit habitacional e gerar emprego e renda.
Ignorante, incapaz, venenoso e maldoso é quem acha que o povo tem a “venta furada de banda”.