quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sinhasique visita conjunto entregue pelo governo no ano passado e moradores denunciam péssimas condições


Seguindo sua agenda de visitas, a vereadora Eliane Sinhasique (PMDB) esteve, na quarta-feira (23), no conjunto Juarez Távora, onde foi conversar com os moradores, que solicitaram a presença da parlamentar.
Construído dentro do programa Minha Casa Minha Vida, o conjunto habitacional Juarez Távora, localizado às margens da rodovia AC 10, na saída de Rio Branco para Porto Acre, apresenta, 15 meses depois de entregue, problemas estruturais que demoram anos para aparecer em obras que são bem executadas.
São 256 unidades repassadas para famílias de baixo poder aquisitivo, que mudaram para o novo bairro com a promessa de que iriam viver em um local tranqüilo e não precisariam pagar nada por isso, mas foram surpreendidas com um contrato que tem a duração de dez anos e pagam mensalidades para permanecer nos imóveis.
Os moradores do Juarez Távora até concordam em pagar pela moradia, mas denunciam que as casas apresentam infiltrações, alagam com as chuvas e, algumas, estão ameaçadas pelo desbarrancamento. Existem também, no conjunto, quatro unidades abandonadas. Elas estão localizadas na quadra sete e são usadas, segundo os moradores, como motel.
“A minha filha veio ocupar essa casa que estava fechada e mandaram ela sair. Ela ajeitou a porta, as pias e estava cuidando da casa, mas o pessoal da Secretaria veio e tirou ela de lá pra deixar assim, abandonada e sendo usada pelos marginais. Hoje tem três famílias morando lá em casa, enquanto essas estão sem ninguém”, disse Maria de Nazaré Ferreira, que reside no bairro desde sua inauguração.
Outros dois problemas tiram o sono da comunidade: o sistema de esgoto e uma “pinguela”, construída em madeira fina, que é usada como único acesso para quem precisa sair do bairro para pegar o ônibus ou ir para a escola no conjunto Xavier Maia. O caminho até ela é estreito e escorregadio e passar pela ponte exige muito equilíbrio e coragem, porque a estrutura visivelmente não suporta muito peso.
“Na semana passada, uma mulher caiu dentro do igarapé ao tentar atravessar com a moto. A gente fica praticamente isolado aqui, porque pra sair pela estrada de Porto Acre é complicado. À noite então, sem iluminação, só quem tem lanterna se arrisca a passar por aqui”, contou Júnior Pereira, eletricista quem também é morador do conjunto.
Uma rua lateral, que divide o conjunto de outro residencial em construção, está com meia pista coberta pelo barro acumulado pelas chuvas. A erosão avança em direção às casas. Algumas apresentam rachaduras.
Segundo informou Guilherme Sales, que hoje atua como representante da comunidade, a obra foi executada pela empresa Mav Construções, que fechou o escritório que mantinha no bairro.
Depois ver a situação, Sinhasique anunciou para os moradores que vai elaborar um dossiê e encaminhar à Superintendência da Caixa Econômica no Acre, que financiou, e a todos os órgãos envolvidos com a obra do bairro.