segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Sinhasique rasga o verbo com desperdício de dinheiro público

Leio estarrecida no jornal A Tribuna desse domingo, dia 18 de agosto, que “Parque urbano trará qualidade de vida para milhares de famílias”.
Essa é mais uma obra megalomaníaca do PT que custará mais de R$ 21 milhões e vai excluir 600 famílias!

O projeto em questão visa fazer um grande parque na Baixada da Habitasa com campos de futebol, área para jogos de mesa, calçadas, parquinhos infantis, ciclovias e bancos além de drenagem, terraplanagem, pavimentação, abertura de ruas, rede de água e esgoto e paisagismo.
Para a referida obra serão removidas, do local, 600 famílias. O que eu pergunto é: De que servirá a urbanização dessa área se as famílias que lá moram serão retiradas? Quais as crianças que irão desfrutar dos parquinhos? Quem vai usar as ciclovias? Quem poderá desfrutar de uma bela paisagem? Quais famílias irão ter saneamento básico se as que lá vivem serão retiradas???
As administrações petistas no nosso estado gastam muito e gastam mal!
O ideal é que essas obras fossem feitas para atender justamente essas famílias que hoje moram no meio do charco, em área alagadiça o ano todo. Vão retirá-las e coloca-las em locais distantes, excludentes, contrariando as próprias orientações do Ministério das Cidades que diz, claramente, que os conjuntos habitacionais, distantes do trabalho das pessoas, dos centros comerciais, supermercados e aparelhamentos públicos como hospitais, postos de saúde, delegacias e escolas devem ser evitados a qualquer custo.
Existem soluções de engenharia que podem mudar a realidade das áreas alagadas na nossa cidade e, no entanto, não se fala em realiza-las para resolver o problema. Só se fala em remoção das famílias, só se fala que as áreas alagadas precisam ser desocupadas.
Não se fala num plano diretor de controle de enchentes. Não se fala na escavação do leito central do Rio Acre para aprofundá-lo. Não se fala no aprofundamento dos canais dos pequenos igarapés. Soluções práticas que evitariam o acúmulo das águas das chuvas e dos esgotos. No momento em que se aprofunda os leitos do rio e dos igarapés, as águas não invadirão os quintais. Essas ações já foram tomadas em outras cidades, mas aqui não se fala e não se pensa nesse tipo de solução.
O que querem mesmo é ver os pobres bem longe. O mais distante possível para não se misturar com as elites. Aliás, com a construção de um parque urbano nesse local, só quem será beneficiado com a valorização dos seus imóveis e poderão usufruir de toda essa infraestrutura de Parque Urbano, de mais de R$ 21 milhões, serão as centenas e não milhares de pessoas de classe média/alta que moram nos arredores da encharcada Baixada da Habitasa.
As crianças, que posaram sorridentes aos lado do governador Sebastião Viana, para a matéria do jornal, ainda não sabem do seu verdadeiro destino.


Eliane Sinhasique